Espinoza, Uma Filosofia da LIberdade
Victoria Camara Romano (27)
Segunda Série B
Introdução
“Com a sentença dos anjos e dos santos, com o consentimento do Deus bendito e com o consentimento de toda congregação, diante destes santos livros, nós expulsamos, amaldiçoamos, e esconjuramos Baruch de Spinoza [...] Maldito seja ele de dia e maldito seja de noite, maldito em seu deitar, maldito seja em seu levantar, maldito seja em seu sair, e maldito ele em seu entrar.” (Anátema pronunciado contra Spinoza, em 27 de julho de 1656)
Baruch de Espinosa foi um dos principais pensadores do século XVII e fez parte de uma corrente filosófica guiada pelo discurso lógico e racional. Sua filosofia é, sobretudo, um racionalismo absoluto que caracterizou-se pelas críticas às superstições. Por muito tempo Espinosa foi julgado e condenado devido ao olhar crítico que exercia sobre imagem divina, ou seja, Deus, e às mistificações da Sagrada Escritura. Segundo o livro “Uma Filosofia da Liberdade” de Marilena Chauí, durante os séculos XVII, XVIII e XIX, as concepções do filósofo eram extremamente rejeitadas, a ponto de palavras como “espinosismo” e “espinosista” tornarem-se acima de tudo acusatórias. Deduz-se que esta rejeição provinha principalmente daqueles que não haviam lido suas obras, pois aqueles que a liam espantavam-se com absurda verossímidade nela contida.
Dentre as diversas teses expostas por Espinosa, ele apresentou a negação de Deus como criador e a inerência Dele à natureza. Desta forma, Deus e a Natureza seriam parte de um mesmo corpo. Espinosa deixará o Deus judaico-cristão de sua tese e construirá um novo Deus, que não comanda todos os homens nem os pune, que não possuí finalidades e justiças próprias e que não exige cultos e preces, para ele, Deus é a única substância infinita (sui generis), ou seja, substância de origem que não deriva de