Espera

594 palavras 3 páginas
A minha gravidez não foi planejada; tão pouco a notícia foi celebrada pela minha família. Engravidei acidentalmente do meu primeiro relacionamento, azar este que terminou antes mesmo de eu ter o conhecimento sobre o meu filho. Eu me sentia grávida de um adolescente do interior, deslumbrado com a vida na cidade grande. Confesso, não foi fácil. Acredito que nenhuma mulher deseja dar a luz sozinha. Eu, pelo menos, não queria. Foram nove meses onde vivi o maior paradoxo de emoções da minha vida... Apreensão, incertezas, ansiedade, medo, revolta... paz, senti um amor tão puro, e felicidade! Estranho mesmo é sentir na pele todo esse turbilhão.
Grávida? Eu? Impossível! Eu nunca tinha sequer segurado um bebê no colo ou sonhado com esse fato tão cedo em minha vida. Poderia passar horas na frente de um computador discutindo filosofias vãs, mas, não parava a minha vida para admirar uma criança no shopping.
Passei pouco mais de uma semana, após a descoberta, noites em claro todos os dias pesquisando soluções e, nos intervalos, clamando a Deus por misericórdia e socorro. Eu não cochilei. Eu precisava assumir para mim mesma que deveria levar adiante a gestação com otimismo.
O mundo parecia não fazer sentido. A minha vida tinha tomado um rumo completamente fora do meu controle. Onde estava aquela pessoa prática e segura de si, que sempre acreditou na auto resolução de seus problemas? A gravidez tinha roubado a minha personalidade? A notícia tinha certamente me desestabilizado. Me sentia sozinha.
Uma das frases que eu mais ouvi durante a gestação foi: “Tente ser tolerante e use da sabedoria porque homem só se torna pai quando o filho nasce”. Então, quer dizer que a mulher ao engravidar já se sente mãe? Absurdo! Infelizmente a sociedade ainda carrega uma visão muito distorcida desses casos.
Grávida e solteira. Meu Deus! E agora? O que seria da minha vida? E os planos, metas traçadas, pós-graduação, investimento em curso de inglês, estágios, pesquisas, experiências de emprego?

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