Espanhol

O jornalista e escritor Fernando Granato mergulha em um mundo de fantasia e imaginação no seu último livro. O autor refaz o percurso realizado pelo cavaleiro andante D. Quixote de La Mancha e seu fiel escudeiro, Sancho Pança, na famosa história de Miguel de Cervantes e que é hoje o livro mais editado do mundo, depois da Bíblia. Atravessando uma região da Espanha que praticamente parou no tempo, o autor tem a exata noção do que Cervantes observou para desenvolver seu famoso personagem. "É como se fosse o sertão brasileiro e o homem manchego, assim como nosso sertanejo, descrito por Euclides da Cunha, também é antes de tudo um forte." Os famosos moinhos de vento, que Quixote confundiu com gigantes, a prisão na qual Miguel de Cervantes teria começado a criar sua história, a estalagem onde Quixote foi “ordenado” cavaleiro, tudo é descrito em um texto leve e agradável. O mais importante do livro, no entanto, é perceber como os moradores da região, mesmo as mais simples, sentem uma grande admiração pelo seu “filho” mais ilustre, personagem de uma história transmitida, até de forma oral, por 400 anos. “É um lugar de gente sonhadora, como Dom Quixote”, afirma o escritor, autor de livros de sucesso como O negro da Chibata e Bonequinhas manchadas de sangue.
Num dos trechos do livro, você diz que “é emocionante ver ao vivo o cenário onde se passa uma história de tamanha imaginação”. Como você, que também é escritor, se sentiu seguindo os passos de Dom Quixote e seu fiel escudeiro, Sancho Pança?
Foi como se estivesse participando de um dos momentos mais importantes da história da literatura. Digo no final do livro que tive o privilégio de ter sentido, cheirado e tocado nos ingredientes vitais de um dos mais significativos títulos da literatura mundial.
Qual a importância de Dom Quixote hoje, 400 anos depois de ser lançado, e ainda o livro mais editado do mundo depois da Bíblia?
O aspecto que, a meu ver, torna o livro contemporâneo mesmo 400 anos depois, é o fato dele