Eric hobsbawn – questões “da revolução inglesa ao imperialismo”.

1) Quais os resultados humanos da Revolução Industrial (1750-1850)
Para tratar sobre os resultados humanos da Revolução Industrial no período 1750-1850, Eric Hobsbawn introduz o conceito do filósofo e jurista inglês Jeremy Bentham, um dos difusores do utilitarismo, teoria que considera que “o melhor governo seria o que garantisse a felicidade máxima do maior número de pessoas” (p.74).
Hobsbawn considera a ideia de que a felicidade individual é resultado da acumulação de bens de consumo e a felicidade social, a maior acumulação possível de bens pelo maior número possível de indivíduos, um equívoco para indicar os resultados humanos advindos com a Revolução Industrial (RI).
A RI representou “uma mudança social fundamental”, devendo seus resultados ser indicados pela relação RI provedora de conforto e a RI transformadora social.
Nessa relação são considerados três grupos: da aristocracia/proprietários de terra britânicos e seus parasitas (clero, judiciário e medicina); dos mercadores muito bem sucedidos; da classe média e dos trabalhadores.
O primeiro grupo consiste naqueles que mais se beneficiaram materialmente com a RI, sendo pouquíssimo afetados pela industrialização mesmo no início da militância da poderosa classe média de empresários provincianos (1830), que lutavam para conseguir os mesmos privilégios oferecidos à aristocracia e aos proprietários da terra.
Assim, “os primeiros cinquenta anos da industrialização haviam sido anos fantasticamente áureos para os proprietários de terras e títulos nobiliárquicos” (p.75).
A época de Jorge IV, como regente e rei da Inglaterra, melhorou ainda mais a situação da nobreza em comparação com o século XIII. Filmes de época e romances literários retratam o lazer (caça) e a vida em sociedade (bailes, vestes) como sendo as principais atividades da aristocracia inglesa da época.
Profissionais da aristocracia rural alta e baixa, profissionais liberais e clero tampouco enfrentaram problemas reais, apesar das duras