Ergonomia

Como a “ergonomia” ainda é uma disciplina nova, não se faz uma análise crítica dos fundamentos epistemológicos porque esses ainda não foram demasiadamente explicitados pela comunidade cientifica. Seria necessário entretanto conseguir formular algumas questões, para estabelecer os fundamentos epistemológicos da ergonomia.
Mas para começar, o que é a epistemologia?

Dicionário Robert: É o estudo critico das ciências, destinado a determinar sua origem logica, seu valor e seu entendimento.
Autor: A epistemologia é identificada com a reflexão sobre uma prática cognitiva particular, a prática científica.

A ergonomia é sustentada por duas intenções fundamentais: produzir conhecimentos sobre o trabalho, sobre as condições e sobre a relação do homem com o trabalho e de forjar conhecimentos, instrumentos e princípios para orientar a ação do trabalho, visando melhorar a relação homem-trabalho.

E ai há a dualidade da ergonomia

Esta dualidade de intenção cria uma tensão epistemológica irredutível. Os critérios de validade do conhecimento e os critérios de validade da ação não são os mesmos.
A primeira sendo exercida no domínio dos estados das coisas e das ciências da natureza, a segunda no domínio da ação e das ciências humanas.

A Ergonomia é uma ciência?

Segundo os termos de Wisner: “primeiro uma arte, uma prática profissional e, em um grau menos elevado, um campo científico”

Podemos ver então, que a ergonomia é heterogênea.

A primeira questão que surge após a constatação da heterogeneidade da ergonomia é a seguinte:

A intenção de produzir conhecimentos:
A ação torna-se secundaria, e a ergonomia então é inscrita no paradigma das ciências aplicadas, segundo o qual é a partir dos conhecimentos adquiridos pela observação do trabalho e do homem que se organiza a ação ergonômica. A intenção de transformar o trabalho:
A ação de transformação que vem em primeiro lugar. É necessário, então, deixar em suspenso os conhecimentos científicos relativos