ENTROPIA

ENTROPIA
“Sou um homem: nada do que é humano me é indiferente.” - Terêncio
O conceito de entropia nas aulas de termodinâmica do curso de engenharia foi decisivo na formação de minha visão de mundo. Funcionou como uma brecha na rigidez da ciência materialista do século XIX que a formulou. Em linhas muito gerais, a termodinâmica baseia-se em dois princípios: o primeiro, mais geral, diz respeito às formas de energia (eletromagnética, hidráulica, potencial, cinética, calórica, etc.) no universo, passíveis de se converterem umas na outras; o segundo princípio restringe esta transformação ao classificar o calor, sempre presente na transformação entre as várias energias, como uma forma de energia degrada.
Essa energia continuamente degrada resulta do atrito que sempre ocorre em toda e qualquer transformação energética no universo. Além de estar crescendo inexoravelmente por toda parte, sua conversão em outras formas de energia é de rendimento muito baixo, quando comparada com outras conversões de energia. Essa degradação está, por exemplo, atrás de fenômenos tais como: a degradação de estrelas em buracos negros, o aquecimento global nos planetas e a grande dificuldade da ciência em criar um moto contínuo ou movimento perpétuo, no qual não ocorreria qualquer atrito.
Diante deste quadro, muitos cientistas do século XIX vaticinaram a morte, no longo prazo, do atual universo, quando toda a sua energia estiver transformada em calor. Restaria saber se tal colapso universal coincidiria com um big crunch, assim como seu princípio se deu com o big bang, transcorridos mais algumas dezenas de bilhões de anos terrestres. Segundo a cosmologia hindu, outros universos existiram antes do big bang e outros se seguirão após o big crunch do atual universo. À duração do atual universo e dos que o antecederam e o sucederão chamaram “dias de Brahma”, em sua fase de expansão, e “noites de Brahma”, em sua fase de contração.
A Trindade hindu é mais funcional e difere da cristã, mais