Entrevista com castel

BIBLIOGRAFIA: IHU ON-line, São Leopoldo, 21 de maio de 2007/ Edição 220

Entrevista com Robert Castel
Para Robert Castel, as pessoas não são autônomas por natureza, por essência. Para ser autônomo é preciso ter certos recursos e direitos, e a reflexão sociológica é descobrir quais são as condições objetivas de possibilidades para ser autônomo, pois é difícil ser autônomo quando não se tem um mínimo de recursos materiais, quando se vive, por exemplo, na pobreza absoluta.
Para Robert Castel, autonomia não se confunde com individualismo. O fato de se falar unicamente em termos de individualismo não permite que compreendam os fundamentos da autonomia. Para que haja um individuo autônomo, são necessárias condições sociais. Constata-se efetivamente, e para Castel não é um julgamento de valor, que há uma erosão, uma fragilização até mesmo um desaparecimento desses direitos, garantias e proteção ligados ao trabalho.
O trabalho tornou-se, ao mesmo tempo mais do que trabalho. À medida que o trabalho foi evoluindo historicamente, ser trabalhador não era apenas trabalhar tantas horas por dia e por semana: era também ter um estatuto, ou seja, ter direitos, o que pertence à ordem do direito e da proteção social etc.
Para Castel, Nicolas Sarkozy venceu as eleições francesas porque é representante de uma nova classe política que afirma valores de direita enquanto na história do Europa e da França na qual as posições de esquerda reproduziam as tradições de luta política, contra o facismo durante a guerra e depois do antagonismo entre o trabalho e o capital. Mas para Castel, as pessoas votaram em sarkozy, não pelo fato de que sejam autônomos, mas se deixaram enganar por um discurso um pouco demagógico.

Considerações Críticas

Ótimo texto, porque nos dá um certo conceito de autonomia e o quanto é difícil se tornar autônomo nos dias de hoje, por falta de