Ensino Superior

1738 palavras 7 páginas
Macbeth: crime, política e medo
Luiz Paulo Vasconcellos
Macbeth, escrito nos primeiros anos do século XVII, marca o retorno de
Shakespeare ao tema da monarquia, provavelmente devido a seu interesse por um novo governo (1). A peça traz em si elementos históricos e políticos, como já se tornara familiar na obra de Shakespeare. Agora, porém, o poeta estava na maturidade de sua carreira, livre, portanto, das restrições históricas, apto a traçar sua própria interpretação do poder absoluto.
Como toda grande obra dramática, Macbeth transcende sua própria temática. A peça é um retrato do crime político, como podemos ver em várias outras peças de Shakespeare, mas é, sobretudo, uma visão metafísica do lado sombrio do humano. Através de uma série de imagens concretas de um homem matando por uma coroa, pode-se perceber as fontes dos impulsos anormais, o lado escuro da alma na qual o Mal fez seu refúgio, o estado íntimo da desintegração, desarmonia e medo, dos quais nasce o crime e a destruição.
A peça retrata o momento em que Macbeth, havendo suprimido uma rebelião, ascende a um lugar próximo do trono. Ele pode vir a ser Rei; portanto, ele deve vir a ser
Rei. Daí, ele matar o legítimo soberano. Depois, ele mata as testemunhas de seu crime e, ainda, aqueles que suspeitaram dele. Mata os filhos daqueles que já matou. Mais tarde, tem de matar todo mundo porque todo mundo está contra ele. No final, ele também será morto (2).
A peça é conduzida por duas idéias básicas que se tornam fontes da ação: o mal e a irracionalidade. Razão, para Shakespeare, é algo associado com a natureza, com a ordem natural das coisas, tanto na sociedade quanto no cosmos. “O impulso do meu violento afeto antecipouse ao freio da razão”, diz Macbeth justificando ter matado os camareiros a quem queria atribuir a culpa pelo assassinato do Rei Duncan (II,iii) (3). Antecipar-se à razão significa violar a própria natureza, eliminar o senso comum, ultrapassar a medida do equilíbrio,

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