Ensaio sobre terra papagali

Universidade Federal de Pernambuco
Centro de Artes e Comunicação
Departamento de Letras
Disciplina: Literatura Brasileira 1
Docente: Bianca Campelo
Discentes: Maésia Cândido, Thaíse Assis

Objetivo: O seguinte ensaio, tem como objetivo fazer uma análise do ponto de vista do indianismo e do nativismo em Terra Papagalli.

Recife,Agosto 2013

INTRODUÇÃO
Fugindo das formas convencionais e estruturalistas das narrativas sobre o “descobrimento” do Brasil e das primeiras décadas que o sucederam, o humor refinado de Terra Papagalli reconstrói a história de festividade culturalmente associada às raízes do nosso povo e sociedade. Narrado sob a perspectiva do português Cosme Fernandes, um dos tantos condenados ao Novo Mundo, o relato fictício de nossas origens chama a atenção pelo trabalho de linguagem impecável, repleto de ironias e passagens cômicas. Seu êxito maior, no entanto, vai além da vasta pesquisa histórica e erudição linguística dos autores do livro – escrito em linguagem do século XVI −, e surpreende muito mais pela genialidade de uma narrativa capaz de refletir o que somos, e porque o somos, desde a nossa colonização.

INDIANISMO E NATIVISMO EM TERRA PAPAGALLI

O Indianismo e sua idealização e busca de reabilitação do elemento indígena, que no século XIX caracterizou-se como o traço mais distinto e significativo da Literatura genuinamente brasileira, desconstrói-se aos olhos do leitor em Terra Papagalli pela humanização do índio, trazido à condição humana de fraquezas, vícios e infidelidade às ideologias. Os “gentios” de Terra Papagalli têm a vaidade e a ambição dos homens. Sobre a calvície resultante da cura de uma dor de cabeça, é dito sobre o índio Tibiriçá:
“Como bem sabe, senhor, os homens têm vaidade de todas as suas partes e qualidades, mas mais que tudo de suas cabeças. A diferença é que alguns, como os gregos, são vaidosos pela parte de dentro, que é dizer o miolo, e outros, como