Enriquecimento Ambiental
Segundo Thomas Lovejoy, do World Wildlife Fund - Estados Unidos, a redução da diversidade biológica do planeta é o maior problema da nossa Era. Retardar a velocidade do processo de “empobrecimento biótico” é um grande desafio à habilidade dos biólogos. A extinção de espécies representa uma perda de recursos que evoluíram por centenas, talvez milhares de anos de mutações e seleção natural. A manutenção de uma espécie em cativeiro, apesar de ocorrer em um meio significativamente diferente do ambiente natural, pode constituir uma importante ferramenta para a conservação de espécies, principalmente nos aspectos relacionados ao conhecimento biológico e comportamental.
Porém, animais cativos podem vir a desenvolver comportamentos muito diferentes dos encontrados em natureza, pois geralmente se encontram em um ambiente restrito e pouco complexo, onde deixam de enfrentar desafios diários como: obter alimentos, fugir de possíveis predadores e a busca de parceiros para acasalar. A falta de estímulos tem um reflexo direto no bem-estar desses animais.
Nesse contexto, o enriquecimento ambiental tem sido usado como ferramenta para aumentar a complexidade do ambiente em que o animal vive estimulando o desenvolvimento da flexibilidade comportamental que esse teria frente a um ambiente dinâmico, mais próximo do que seria o seu habitat natural. Essa “aproximação” é feita com a introdução de uma série de técnicas criativas e engenhosas, que modificam o ambiente físico ou social e oferecem um ambiente mais estimulante. Resumindo, o animal cativo não tem a oportunidade de “trabalhar” para sobreviver, então, deve-se ao menos oferecer a chance de que ele exercite diferentes reações diante das invenções e aparatos introduzidos em seu recinto.
Como exemplo, podemos citar a experiência do zoológico de Sorocaba, onde se aplicou métodos de enriquecimento alimentar para o recinto de dois tucanos toco (Ramphastos toco), oferecendo formas diferentes das habituais