Enfoque constitucional guarda compartilhada

A guarda compartilhada está estreitamente vinculada às mudanças sofridas nas relações familiares ao longo da história, posto a necessidade de adequação do direito de família à evolução da sociedade nas relações homem-mulher, assim como entre pai-mãe-filhos.
No entanto, não foi sempre assim. Segundo Ana Maria Milano Silva:
Foi a revolução industrial que alterou a relação familiar no lar em que dantes pai, mãe e filhos conviviam no campo, todos participando e colaborando inclusive para a alimentação da família. Nesse período era atributo do pai deter o pátrio poder, exercendo, sobre a mulher e filhos, bem como sobre todos que estavam sob sua proteção, direitos quase que absolutos. Desse modo, antes da revolução industrial o que se via era uma família romana menos severa, graças à influencia do Cristianismo (SILVA, 2012, p. 65). Com a revolução industrial, entretanto, inicia-se a migração do campo para a cidade. O pai passa a sair para trabalhar nas fábricas e indústrias, deixando de dar atenção diária aos filhos, passando essa tarefa para a mulher junto com as tarefas domésticas. Foi assim que criou-se a idéia de que o pai deve prover o sustento da casa, e que a mãe é a figura parental mais importante para a criança.
Contudo, com a revolução sexual na década de 1970 e o reingresso da mulher no mercado de trabalho, houve a necessidade do homem assumir algumas responsabilidades dentro de casa, inclusive com relação aos filhos.
Ana Carolina Brochado Teixeira expõe sobre a evolução das relações familiares:
Muitos fenômenos contribuíram para uma nova arquitetura familiar no final do Século XX, tais como a quebra da ideologia patriarcal, a revolução feminista, a redivisão sexual do trabalho e a evolução do conhecimento científico. Tudo isso possibilitou às pessoas assumirem novos papéis na dinâmica familiar, como o compartilhar da função de prover as despesas da casa, pois a mulher também alocou-se no