En el ojo de la tormenta: o colapso argentino contemporâneo e a experiência da autogestão nas fábricas Zanon e Brukman (1998-2002)

4627 palavras 19 páginas
En el ojo de la tormenta: o colapso argentino contemporâneo e a experiência da autogestão nas fábricas Zanon e Brukman (1998-2002)
Danúbia Mendes Abadia* A crise que teve lugar na Argentina recentemente remonta-se ainda aos anos do regime militar, que teve parte na formação de uma grande mudança no padrão de acumulação do país. Segundo Eduardo Basualdo (2002), a depressão econômica que confluiu com o colapso social e com a emergência de uma profunda crise do sistema político, só pode ser compreendida a partir das transformações impostas no padrão de acumulação pela ditadura militar, que se relaciona com a substituição da industrialização por outra dinâmica, que pode ser caracterizada como valorização financeira. A partir daí tem-se um marco no sistema econômico argentino, hegemonizado pelo sistema financeiro, pelo início da desindustrialização e da abertura do país às importações a partir da desaceleração produtiva e do ascenso do capital financeiro. Como saldo das políticas de desnacionalização da economia, o crescente número de desempregados e subempregados se tornam na Argentina um grave problema nacional e um elemento essencial para o protagonismo de novos atores sociais. O papel que as organizações dos trabalhadores, no caso argentino consolidado pelas fortes organizações sindicais, operava nos anos anteriores, agora é modificado e dominado por uma sociedade precarizada a partir da desintegração de suas formas tradicionais de resistência, ocasionado pelo agravamento das condições de sobrevivência da população como um todo. É nesse sentido que o colapso de 2001 abre espaço para o desenvolvimento de uma nova etapa na história recente da Argentina. Nos dias 19 e 20 de dezembro desencadeou-se um processo de saques e manifestações em que o governo declarou o “Estado de sítio”.1 Diversos grupos sociais resistiram a crise indo as ruas, ocupando fábricas falidas, ensurdecendo o país com o Cacerolazo (panelaço), saques e ocupação dos espaços públicos.

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