Empresas familiares

Construindo o futuro de empresas familiares

Muito se tem discutido sobre o tema “sucessão”: desde a importância de prepará-la com antecedência até a de cumprir trâmites jurídicos, transições emocionais e muitos outros requisitos.

Nosso objetivo com esta série de artigos, no entanto, é muito mais pragmático: explorar o processo de sucessão na empresa familiar pela ótica da oportunidade de se colocar a empresa numa condição mais institucional, mais profissional e independente de seu fundador, com relações mais formalizadas, passível de se reinventar a partir de seus próprios recursos. Tal condição é, em nosso olhar, uma boa tradução para esta expressão tão repetida quando o assunto é sucessão familiar: perenidade. Não se pode negligenciar a importância das questões envolvendo as esferas da família e da propriedade. Apenas acreditamos que esses temas têm sido recorrentemente tratados, ficando a questão da empresa como algo já resolvido ou de fácil solução. Não é bem assim. Nossa experiência de campo tem demonstrado que as empresas familiares, principalmente aquelas administradas diretamente por seu fundador, são organizadas de forma centralizada e tendo no seu topo relações pouco formalizadas. A ausência de plano é quase completa e a crença e dependência nas orientações e decisões do fundador são o seu grande tendão de Aquiles. Por conta destas características, os momentos de sucessão da 1ª para a 2ª geração funcionam como uma agressiva forma de “seleção natural” no mundo corporativo. Quanto mais diferenciado ou único for o produto ou o serviço provido por essa empresa, menor é o seu risco de colapso imediato. Caso inverso, quanto mais “comoditizado” for o seu produto ou serviço, mais sensível será a empresa ao processo de sucessão. Por quê? Porque a concorrência se encarregará se sepultar as idiossincrasias da empresa familiar resistente com suas alternativas de produtos e serviços substitutos. O que fazer então diante de