Em defesa da sociedade
Faculdade de Educação
Aluna: Mariana Pinheiro Harnam
EM DEFESA DA SOCIEDADE
Michel Foucault, filósofo nascido na França no início do século XX, foi autor de inúmeras obras situadas dentro de uma filosofia do conhecimento. Inclusive, atuou como professor da cátedra de História dos Sistemas de Pensamento no Collège de France de 1970 a 1984. Entre 7 de janeiro e 17 de março de 1976, Foucault ministrou um curso intitulado “Il fault défendre la societé”, ou “Em Defesa da Sociedade”. Na última aula desse curso, o autor discorreu sobre um tema recorrente em sua obra: as relações de poder; e tratou de tal rompendo com as concepções clássicas atribuídas ao termo. Foucault definiu duas formas de poder: o poder disciplinar, que se aplica ao corpo por meio das técnicas de vigilância e das instituições punitivas, e aquele que daí em diante ele denominará o ‘biopoder’, que se exerce sobre a população, a vida e os vivos. Inicialmente, Foucault descreveu um deslocamento do papel da guerra em seu interior: de constitutivo da história para protetor e conservador da sociedade. A idéia de guerra que aparece, motivada por tal modificação, é de uma guerra interna travada contra os perigos que nascem no corpo da própria sociedade. Todas as batalhas dão lugar a uma única, aquela que a nação (Estado) realiza continuamente em seu próprio corpo “em defesa da sociedade”. Este foi o quadro no qual pôde se constituir, na época moderna, uma biopolítica. Não estava mais em jogo um direito de vida e de morte sobre os indivíduos, caracterizador da teoria clássica da soberania e que se traduzia, concretamente pelo poder do soberano em “fazer morrer e deixar viver”. Com a tomada da “vida” como objeto de agenciamento do poder, a época moderna opôs ao velho direito de vida e morte da soberania um outro direito, ou melhor, um outro poder: “fazer viver e deixar morrer”.
Foucault