Elaboração de um projeto de pesquisa

A elaboração do projeto de pesquisa

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mum. 1 No entanto, vale avisar, desde já, que, atualmente, essa singela crença na existência dos fatos por si mesmos não encontra eco nem mesmo entre muitos neopositivistas.

A elaboração do projeto

de pesquisa
Antonio Teixeira de Barros Rogério Diniz ]unqueira
"... sem dúvida, os cânones metodológicos são muitas vezes expedientes técnicos e, ao mesmo tempo, obrigações morais ... " (Merton, 1970, p. 652)

Os fatos não existem. Melhor: os fatos não existem por si mesmos, em um estado bruto. Os "fatos" só existem a partir de nossa observação. E toda observação é orientada por um conjunto de representações e de esquemas, por intermédio dos quais os seres humanos percebem, interpretam, classificam, dividem, compreendem os fenômenos que têm diante de si. Esses conjuntos de representações são o que, entre outras coisas, constitui o que se pode chamar "teoria". Essa teoria não precisa ser necessariamente científica, afinal, o senso comum também é provido de conjuntos de esquemas interpretativos da assim dita realidade. Embora não estejamos acostumados a pensar o senso comum t•nquanto um arsenal de teorias, elas, à sua maneira, também estão lá. Afinal, o senso comum é dotado de conjuntos (ainda que não sistematizados) de representações e de esquemas interpretativos da realidade. Tais conjuntos são, entre outras coisas, constituídos de crenças sobre a concatenação de causas e efeitos (ou seja, de espécies de "modelos explicativos" não científicos) relativos aos ('Ventos humanos, naturais e sobrenaturais. 2 O que importa aqui, então, é dizer que as teorias (científicas ou não) dão fórmato, significado e sentido, classificam, ordenam, produzem e alteram tanto ,, percepção quanto os fenômenos que são comumente chamados "fatos" ou "realidade". Ou seja: os "fatos" não existem por si mesmos, pois toda obNervação é teoricamente orientada. De modo simplificado, podemos afirmar que as teorias são como prismas dos quais o