Efeito do pensamento Foucault na academia: narrativas orais
Integrado à pesquisa Efeitos e ressonâncias do pensamento de Michel Foucault no Brasil, modulações interdisciplinares. O trabalho investiga a produção historiográfica de alguns pesquisadores que se apropriaram das categorias de análise de Foucault e passaram a utilizá-las em seus estudos.
Com o apoio da História Oral, foram realizadas entrevistas com professores universitários do campo da História que tiveram em suas trajetórias o contato com a obra do filósofo e a rede de intelectuais a ele associados, cujas narrativas nos serviram de fonte de valiosas informações para apreciar os efeitos de Foucault.
Foucault defendeu uma história-problema, um trabalho que servisse para responder a uma problematização colocada pelo historiador, e que desenharia no percurso aberto o próprio objeto da investigação. Pensar os acontecimentos, não como fatos, mas como o que emerge num campo de forças, assumindo determinadas configurações, bem como a construção do discurso do historiador, igualmente como acontecimento.
A sua postura historiográfica preocupava-se não mais em revelar e explicar o real, mas em desconstruí-lo enquanto discurso. Nesta linha, a história é vista como uma construção discursiva. O historiador pode compreender os campos de relações de força nos quais se constituem os jogos de poder, e não mais se ater a uma suposta verdade documental, estrito senso.
Foucault questiona a nossa representação da produção do conhecimento e da verdade. Diz que as coisas estão na superfície, e que atrás de uma máscara há outra máscara e não essências. Propõe um deslocamento para o procedimento histórico, que se parta das práticas para os objetos e não o inverso, como os historiadores faziam. A tarefa seria desconstruir o objeto, revelando as imbricadas teias de sua constituição e naturalização.
Foucault coloca aos historiadores, uma das mais inquietantes discussão; refere-se ao