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1229 palavras 5 páginas
Por uma Estética da Experimentação da Criatividade Baiana.
Manifestada.
Quem são esses diversos outros dentro de nós? Talvez pensar no diagnóstico partindo desse pressuposto fragmento, seja um caminho para entender a dicotomia entre ebulição e esvaziamento, abundancia e afazia existente em nossa produção criativa contemporânea. Longe de ousar traçar uma linha hierárquica e determinista para essa trama, apenas refletir sobre alguns cruzamentos e efeitos da nossa complexa relação entre local X global em meio a fervorosos discursos de identidade. Seja pelas mãos de quem produz ou pelos olhos do espectador, um inquieto e obtuso pensamento nos circunda fruto do eterno brio da dívida de sermos coroados como o extrato prometido e produtivo da tal terra brasilis.
Com imagens fossilizadas e legitimadas ao longo dos anos, verdadeiras elaborações discursivas que profanam autenticas-baianidades são cenários de um duelo em que, pelos olhos do globalizado, faz não saber quem somos. Capaz de procriar as diferenciações que a homogeneidade da metrópole condensou, serve para cobrir as expectativas do exótico imaginado pelo estrangeiro em sua busca pelo nacional, numa ardilosa personificação que, no entanto, também habita em nós: experienciamos cada vez mais pela perspectiva do outro e na completude da lógica e crivo do que ele julga como sobra e como falta.
Para entender nós e outros, teremos que abrir mão do pensamento estável que compreende a tríade pertencimento X marcas identitárias X limitações geográficas e ir à procura de uma abordagem que nos permita nos organizar enquanto diferença, buscando expressão não através da propriedade do que nos foi dado como condição existencial mas, pelo o que nos distancia. Seria de um todo impossível falar de Bahia sem falar do que há entre um e outro, das ações geradas pelos nossos embates, traço hereditário de algumas das nossas ebulições no final do século XX e hoje visivelmente presentes nas expressões libertárias reinventadas no

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