Educação

ENCONTROS DE SUSTENTABILIDADE 28 DE JULHO DE 2006 A EDUCAÇÃO COMO MECANISMO DE TRANSFORMAÇÃO SOCIAL

Educar para mudar
Bernardo Toro, um dos mais importantes pensadores do Terceiro Setor na atualidade, defende a educação como mecanismo de transformação social, em um processo de articulação entre os setores da sociedade

Grande parte dos brasileiros que viajam ao Exterior opta pelos Estados Unidos ou outro país do Primeiro Mundo, em detrimento de algum lugar da América Latina. Prefere Miami, em vez da Bolívia ou da Venezuela, por exemplo. No plano educacional, os livros de história no Brasil nada contam sobre o passado do Peru e do Equador, mas falam – e muito – sobre a trajetória da França e da Inglaterra. O resultado deste fenômeno, recorrente entre a maioria dos povos da América Latina, é que o continente como um todo não se conhece. “Aí é que está o problema. Queremos ser como os outros, mas não queremos ser como nós mesmos. Um país ou um continente começa a se sentir forte quando todos os setores sentem-se representados”, diz o filósofo e educador colombiano Bernardo Toro, assessor estratégico da Fundação Avina Toro palestrou no Encontro de Sustentabilidade organizado pelo ABN AMRO Real, no dia 28 de julho, em São Paulo. Para se alcançar o desenvolvimento sustentável é necessário que as empresas, as organizações sociais e o Estado tenham, necessariamente, uma articulação que beneficie de forma eqüitativa todos os atores sociais. Enquanto o Primeiro Setor, representado pelas instâncias governamentais, pode agir somente conforme suas atribuições legais, o Segundo (empresas) e o Terceiro (instituições sem fins lucrativos, organizações não-governamentais, fundações e famílias) podem fazer tudo o que não é vetado por lei. Os três setores podem se relacionar de várias maneiras. Enquanto a ação isolada resulta no “caos” social, a articulação entre eles é a única forma de assegurar a “governabilidade” democrática. E é justamente essa articulação – capaz de