educação

Pensar a questão da medicalização dos transtornos de déficit de atenção, do transtorno hipercinético é refletir sobre uma realidade de diagnósticos que nos assustam enquanto alunos, envolvidos em um projeto que teve como premissa fazer um levantamento numérico a cerca do tema. Tendo como objetivo “investigar porque e como as crianças com suposto quadro de Transtornos Hipercinéticos são encaminhadas para profissionais “PSi” (termo usado para designar profissionais cujo objeto de trabalho e/ou investigação envolve processos psicológicos: Psiquiatras, Psicólogos, Psicopedagogos ou Psicanalistas) pelas escolas de Ensino Fundamental na rede pública do Litoral Norte da Paraíba. Diante de nossas pesquisas podemos perceber como o número de crianças diagnosticadas com alguma tipo de deficiência cresceu no passar dos anos, o termo hiperativo, tornou-se então meio que determinante na vida dessas crianças.
Mais pensemos um pouco, a escola tem como por objetivo fundamental o ensinar. A partir do momento em que a escola enquanto instituição educacional não consegue atingir essa meta com determinado aluno, quem deve ser responsabilizado? É mais cômodo, mais prático se rotular esse sujeito que por determinados motivos não aprende, com algum tipo de “deficiência” isentando assim a escola de sua função, ou justificando e culpabilizando esse sujeito por sua não aprendizagem.
É o momento de uma revisão do sistema educacional para compreendermos tantos casos de crianças que permanecem anos na escola e continuam analfabetas. Jamais devemos atribuir a elas as causas do não aprender, pois, neste caso, estaremos penalizando-as duplamente, por não termos cumprido nosso papel social – deixando de oferecer uma escola de qualidade para toda uma geração - e por acreditarmos que ao encontrar em seu corpo, ou em seu cérebro, os sinais do não cumprimento desse papel social, denominamos tal constatação de distúrbio e utilizamos terapias e tratamentos, inclusive medicamentosos, para aliviar o