Educação

2- AS CONTRIBUIÇÕES DE PAULO FREIRE PARA A ALFABETIZAÇÃO

DOS JOVENS E ADULTOS

2.1 PAULO FREIRE E SUA VIDA

Paulo Reglus Neves Freire nasceu em Recife (PE), no dia 19 de setembro de 1921, numa família de classe média. Seus pais eram Edeltrudes Neves Freire e Joaquim Temístocles Freire. Começou a aprender a se virar no mundo das palavras pela mão de sua mãe, à sombra das mangueiras do quintal de sua casa. Em 1929, com a crise econômica mundial, sua família mudou-se para Jaboatão dos Guararapes, a 18 km de Recife, em busca de melhores condições. Com 13 anos, seu pai faleceu e sua família passou a sofrer com as dificuldades econômicas. No período em que morou nessa cidade, Paulo conviveu e brincou com os filhos dos camponeses e dos operários. Com eles, o menino descobriu a linguagem popular, uma forma diferente de falar e pensar. Apesar das dificuldades, a infância de Paulo foi bastante rica em experiências.

Retomou os estudos um pouco mais tarde: aos 16 anos começou o primeiro ano do ginásio. Como ele mesmo teria dito mais tarde: "eu aprendi muita coisa fora de escola e apesar da escola". Em 1944, casou-se com a professora primária Elza Maria Costa Oliveira e com ela teve cinco filhos. Embora tenha-se formado em Direito, Paulo Freire nunca exerceu a advocacia e preferiu dedicar-se, desde o início, ao magistério. Suas ideias pedagógicas se formaram da observação da cultura dos alunos - em especial o uso da linguagem - e do papel elitista da escola.

Entre as décadas de 1950 e 1960, ele participou de experiências relacionadas a educação de adultos, das camadas proletárias, subproletárias, urbanas e rurais de Pernambuco. Seu método de alfabetização iniciou-se a partir da formação dos Círculos de Cultura, onde os participantes definiam as temáticas junto com os educadores. Ao obter resultados positivos, Freire formulou ideias de uma forma diferente de alfabetização. Em 1963, em Angicos (RN), coordenou um programa que conseguiu alfabetizar 300