Educação Social

DEL PRIORE, M (Org.). História das Crianças no Brasil. São Paulo. Contexto. 1991.

A POLÊMICA: ERRADICAR OU NÃO O TRABALHO INFANTIL?

Segundo a autora esta é uma polêmica causada devido à falta de comunicação entre os envolvidos: as crianças, as famílias e os planejadores das políticas sociais. Ela acredita que se houvesse um compartilhamento das opiniões de todos na elaboração das políticas não haveria este problema.
As agências internacionais elaboram programas de erradicação do trabalho infantil baseados no princípio de que a criança é um ser em transformação e a infância é a fase de preparação para a vida adulta e realizar tarefas que são de responsabilidades dos adultos prejudicará seu desenvolvimento, ou seja, eles têm plena consciência de que o trabalho infantil não é benéfico para as crianças.
Se todas as partes envolvidas não se sensibilizar, essa situação nunca mudará, pois essas crianças tornaram-se adultos sem perspectivas de vida melhor e seus filhos passará pela mesma situação que se encontram. Será que essas crianças que trabalham com seus pais não têm direito de opinar sobre suas vidas? É muito importante levar em consideração as opiniões dos envolvidos antes de se planejar qualquer coisa que diz respeito a eles.
Quando se fala em restringir o trabalho infantil é necessário pensar em algumas questões: o país pode assegurar que estas crianças terão uma boa educação? A escola está adequada a esta criança? Alguém perguntou o que elas e seus pais acreditam que seja uma boa educação?
O temor que se tem é que o afastamento dessas crianças as leve para condições melhores do que se encontram e não para a realização de atividades mais prejudiciais como a marginalização, as drogas, etc. Para que eles deixem seus empregos é preciso dar-lhes garantias de sobrevivência. “Quem conhece a fome sabe que sonhos não enchem barriga... Os programas são elaborados nos gabinetes, longe dos olhos de quem pretende beneficiar” (DEL PRIORE, 1991, p.399).

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