EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL: PROJETO CIEP

INTRODUÇÃO

A decadência da escola pública vem sendo comprovada por educadores brasileiros. Os índices altos de repetência e evasão escolar são minimizados, hodiernamente, por buscas por indicadores que são, muitas vezes, alcançados somente nos papéis, preenchidos, em alguns casos, sem muita fidelidade às realidades vivenciadas. Aparentemente a educação brasileira caiu em um círculo vicioso, em que o conformismo de uma grande maioria insiste em defender uma escola ineficiente, incapaz de construir em seus educandos o conhecimento mínimo para que os mesmos possam ter maior facilidade e capacidade de integração à sociedade.
Devido a esta generalizada, mas inequívoca, afirmação, esta dissertação investe na pesquisa sobre a escola de tempo integral, especificamente os Centros Integrados de Educação Pública - CIEPs - por ser, a experiência dos Centros Integrados, considerada a maior entre as que ocorreram nas escolas públicas que ofereceram, ou oferecem, educação em tempo integral. Já que no Brasil, antes da criação dos CIEPs, não houve a iniciativa de escola pública em tempo integral. Ao invés da integralidade, adotou-se o regime escolar em vários turnos. Pode-se sugerir que este sistema de ensino tenha diminuído a qualidade da escola pública, deixando-a despreparada para atender o desafio de adaptar-se à crescente clientela oriunda das zonas rurais ou das comunidades pobres da periferia das metrópoles.
Buscando a melhoria do ensino na rede pública, assim que deu início à sua gestão, Leonel Brizola, que assumiu como Governador do Estado do Rio de Janeiro em 1982, pretendia a multiplicação de pequenas escolas por todo o Rio de Janeiro, como já havia feito quando administrou o Rio Grande do Sul. Esta prática objetivava atender à procura por maior número de matrículas nas regiões de alta densidade demográfica. Contudo, observou-se que ampliar o contingente de escolas não resolveria, por si só, a questão da jornada escolar reduzida, bem