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O menino que pode salvar o mar (Tecnologia)

A cada ano, são jogados 6,4 milhões de toneladas de lixo no mar, sendo que 80% desses milhões são plásticos. Estima-se que haja 18 mil pedaços de plástico para cada quilômetro quadrado de oceano. Após uma viagem à Grécia, e ver com seus próprios olhos o estrago que essas toneladas de lixo descartadas erroneamente no mar causam, o holandês Boyan Slat decidiu tomar uma atitude.
Ao voltar para casa, o jovem, então com 16 anos, criou um plano para resolver o problema e o apresentou na feira de ciências da escola. Seu projeto acabou ganhando um prêmio da Universidade de Delft, fazendo com que o garoto fosse convidado para uma apresentação no evento TED. A ideia chegou às Nações Unidas, que deram a Boyan o prêmio “Champion of the Earth”.
Boyan decidiu estudar os chamados giros oceânicos, ou seja, correntes marítimas que funcionam como enormes redemoinhos de sujeira. Então, ao invés de criar um sistema que iria até o lixo, o holandês decidiu criar um sistema que deixasse o lixo ir até os giros oceânicos e captura-los com uma armadilha. As barreiras do projeto de Boyan ficam dispostas em formato de “U”, e conforme o lixo movimenta-se com as correntes marítimas, fica preso e é recolhido por um navio lixeiro.
O projeto, no entanto, recebeu críticas devido ao fato de ser complicado reciclar plástico retirado do oceano, uma vez que vem fragmentado e cheio de colônias na superfície. Porém, uma experiência da Universidade de Caxias do Sul mostrou a solução. Kauê Pelegrini, responsável pelo experimento, e seus professores, criaram um processo que limpa, separa e condiciona o plástico – que fora transformado em saboneteiras. O estudo de Boyan também mostrou que é possível transforma o plástico em óleo, que pode ser revendido gerando recursos para a manutenção das boias utilizadas na coleta do lixo.
O holandês calcula que podem ser retirados cerca de 16% de todo o plástico dos mares a cada dez anos, o que, teoricamente, significa que