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É deste modo que vamos problematizar as aparências das travestis. Com base nestas definições, a qual articula corporalidades, indumentária e cultura, serão perguntas norteadoras do estudo: como os traços mais marcantes do masculino são ocultados pelas travestis? De que forma e em que medida as transformações produzidas pelas travestis em seus corpos, por meio da ingestão de hormônios completa-se com a indumentária para fabricar novos sentidos e representações para a corporalidade? Quais são os conceitos de feminilidade que atravessam as construções das aparências das travestis quando finalizadas com os artefatos indumentários? Qual o modelo de feminilidade utilizado pelos sujeitos?
Estas são as perguntas norteadoras deste estudo as quais serão respondidas por meio da produção e análise das fontes visuais e orais. As fotografias e entrevistas produzidas no contato com os sujeitos envolvidos nesta investigação serão nossas fontes de consulta, as quais serão examinadas de modo a perceber e identificar os significados produzidos pelos sujeitos para as suas aparências e para os gêneros.
É importante frisar que neste empreendimento de pesquisa há um foco relacionado à educação, no sentido de um tipo de aprendizado, proporcionado pela investigação. Neste aspecto é importante lembrar que as tendências atuais nos estudos da educação, realizados sob a perspectiva culturalista, têm evidenciado que não é somente a escola que educa, que transmite ensinamentos, mas que somos educados por meio de diferentes instâncias sociais e culturais. A família, a Igreja, a mídia, a literatura, o cinema, a arquitetura, a moda estariam entre as pedagogias culturais presentes em nossa sociedade e cultura, ensinando modos de ser, viver, de morrer, de consumir, de sentir, de se comportar. (ANDRADE, 2003).
Desta forma, o aprendizado que esta investigação almeja será no sentido de conhecer e aprender com as experiências de sujeitos e suas maneiras de interpretar o corpo e a vida.