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A fazenda Pork Terra em Caconde, estado de São Paulo, divisa com Minas Gerais, cria suínos para abate no frigorifico construído dentro da propriedade. Mas a história não para por aí. Com os dejetos dos animais, faz biofertilizantes para a lavoura de café, além de biogás, que supre 50% da energia elétrica da propriedade. Já a banha não aproveitada na linha de torresmo pré-pronto vira combustível para tratores e veículos, enquanto a glicerina, subproduto desse inovador biodisel de origem animal, transforma-se em sabão para lavar máquinas, instalações e veículos.
O responsável por essa cadeia de inovações é Jõao Paulo Muniz, filho de produtores rurais que cursou apenas o primeiro ano de direito. Largou a faculdade para dedicar-se ao sonho de fazer a propriedade da familia ser sustentável do ponto de vista econômico e ambiental.
João Paulo apresentou a experiência da Pork Terra durante o seminário "Agroenenrgia e pequenos negócios", promovido pela unidade de agronegocios e territórios específicos do Sebrae Nacional, realizado em outubro em Brasília.
O investimento girou em torno de R$ 100 mil, mas o fazendeiro garante que reduziu os gastos em 50% com energia elétrica, além de economizar 40% em fertilizantes, nos seus 75 hectares de café. Economiza também em sabão, em combustível para os automóveis e máquinas agrícolas — em média são 400 litros de biodisel por semana — e como os dejetos têm alta concentração em gás metano, ele consegue alimentar não só a energia da fazenda como os fogões a gás da propriedade produzindo também o biogás. Tudo isso graças à granja com 200 matrizes de porcos.
Esse processo é pioneiro no estado. Tudo começa com a limpeza diária das granjas. A água suja que ia para a nascente agora vai por canos até os biodigestores onde os dejetos são transformados em gás metano e biofertilizantes. O gás metano segue para a casa das máquinas, onde é sugado pelo compressor e transformado em energia elétrica pelo gerador.
O biodisel é uma