dossiê darwin
Eva Schuster/www.sxc.hu
DOSSIÊ
DARWIN
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ANA BEATRIZ MAGNO
Repórter – Revista DARCY
T
rês homens mudaram a história da ciência, ganharam a pecha de iconoclastas e reinventaram o lugar da humanidade no universo.
Nicolau Copérnico desmentiu Aristóteles, tirou a Terra do centro do mundo e nos colocou girando em torno de um sol. Charles Darwin desatou o nó que amarrava a diversidade dos seres vivos à generosidade divina e mostrou que animais descendem de outros animais. Sigmund
Freud olhou para as fragilidades humanas, mostrou que dominamos apenas parte de nossos pensamentos e que a razão não alcança zonas sombrias da mente.
Em comum, as três teorias libertaram a ciência de velhas crenças e abriram um labirinto de possibilidades para a pesquisa científica. Para homenagear os 200 anos de
Charles Darwin, a Revista DARCY publica um dossiê com
26 páginas sobre esse inglês inquieto que passou a infância colecionando insetos e que na juventude se aventurou por terras brasileiras.
Repórteres e articulistas da DARCY apresentam bem mais do que uma revisão da vida e obra de Darwin. Em matérias e artigos, eles mostram a herança darwinista em laboratórios e salas de aula da Universidade de Brasília e refletem sobre as encruzilhadas das teses evolucionistas.
Eva Schuster/www.sxc.hu
Aquilo era como confessar um crime
C. DARWIN
Darwin era um sujeito atormentado pela culpa. Aos 30 anos de idade, formulou o modelo da seleção natural, mas não se cobriu de vaidades. Ao contrário. O ex-aluno de
Teologia em Cambridge guardou sua tese como um segredo pecaminoso por duas décadas.
Só comentou o assunto com amigos muito próximos e silenciou sobre o espinhoso tema da evolução humana.
“Seria como confessar um crime”, desabafou o naturalista, nascido numa aristocrática família britânica. Casado com uma devota da Bíblia, Darwin viveu em uma época turbulenta na sociedade europeia, mas não se envolveu em política.
Quando