Doses

FILME PALAVRA ENCANTADA

O filme “Palavra Encantada” percorre a ponte que interliga a poesia e a música de modo que tenhamos um novo olhar sobre o que iremos ler e sentir, ouvir e cantar. É um olhar poético sobre a melodia. É a palavra musicada, uma visão das poesias que se transformaram em música, como poesias de Waly Salomão que teve várias poesias musicadas por vários nomes da música brasileira, e dos escritores e poetas que se confundem com compositores, como é o caso de Arnaldo Antunes e Chico Buarque que além de músico é escritor, e, mesmo que não se reconheça como poeta, sua música transpira poesia. Palavra Encantada é uma mescla de literatura e música, um toque literário pelos ouvidos.
Ele retrata a música brasileira em sua essência, desde os estilos primórdios ao rap, mostrando suas várias facetas e variações, as várias mudanças ocorridas pelo tempo e no tempo por pessoas que inovaram na canção, na música, na poesia, na forma de fazer e pensar música, na quebra dos preconceitos traçados entre estilo musical e poesia, relevando que os estilos passam, novos estilos são criados, outros permanecem, mas todos dependeram ou dependem da poesia, seja ela metrificada, rimada, ou concretista. Dependem da palavra, a palavra que é mágica e que ganha vida a cada nota saída da boca, a cada acorde do violão, a cada gosto do som.
Em um país em que as pessoas não têm a cultura de leitura, o filme mostra o poder que a música pode ter de fazer as pessoas se ligarem de imediato à poesia, um estabelecimento do contato da literatura com a massa através da música, da pesquisa de determinada poesia e consequentemente do autor só porque o individuo ouviu a poesia cantada ou recitada na música de certo cantor.
O filme perpassa desde as criações musicais de Cartola, Noel Rosa, Dorival Caimmy aos poetas da nossa época como Arnaldo Antunes, BNegão, Black Alien, entre outros, mostrando que a música se renova a cada nova poesia, a cada novo modo de se fazer poesia, de se fazer