Dor e Incomodo

A dor, de uma forma ou de outra, é parte inseparável do cotidiano, e provavelmente o sintoma mais comum encontrado na prática médica. A dor é uma característica de muitas transformações fisiológicas normais, tais como a gravidez, o parto e a menstruação, como também de um ferimento ou uma doença. Além disso, muitos métodos de cura e de diagnóstico envolvem alguma espécie de dor, por exemplo: cirurgias, injeções, biopsias ou secções de veia. Do ponto de vista fisiológico, a dor pode ser considerada segundo a definição de Weinman: uma espécie de alerta que chama a atenção sobre uma lesão de tecido ou um mau funcionamento fisiológico. A dor surge quando um nervo ou terminação nervosa é afetado por um estímulo nocivo originário tanto de dentro como de fora do organismo. É, portanto, de importância crucial para a proteção e sobrevivência do corpo que vive num meio ambiente cercado de perigos em potencial. Devido ao papel biológico da dor, as vezes assume-se que a mesma independe da cultura, no sentido de que consiste em uma reação biológica universal a um tipo específico de estímulo – como um objeto pontiagudo ou extremos de frio. Contudo, os antropólogos estabeleceram diferenças entre as duas formas desta reação:
1. Uma reação involuntária instintiva, como o recuo diante de um objeto pontiagudo.
2. Uma reação voluntária, tal como:
a) A eliminação da fonte de dor e providenciar no tratamento do sintoma (tomando uma aspirina, por exemplo).
b) Requerendo a ajuda de outra pessoa para aliviar o sintoma. As expectativas sobre o comportamento de dor e a maneira como a pessoa com dor deve ser tratada são distintas. Em alguns grupos culturais, os indivíduos com dor são encorajados a tornar pública sua dor privada num contexto de ritual de cura. Exemplo disso são os rituais públicos de cura realizados na África e na América Latina. Esses também são comuns em alguns grupos religiosos do Oeste. Skultans, por exemplo, descreve as mulheres