Dogville e a Volência Simbólica

657 palavras 3 páginas
Escrito e dirigido pelo dinamarquês Lars von Trier (diretor de “Dançando no Escuro” e “Melancolia”), Dogville foi lançado em 2003 e a primeira parte da trilogia sobre os Estados Unidos, “EUA, Terra de Oportunidades”, seguido por “Manderlay” (2005) e o ainda não filmado Washington. A trama ocorre nos anos 30, durante a Grande Depressão, em uma cidade situada junto ás Montanhas Rochosas.

O que apresento a seguir é a relação desse filme com o conceito de violência simbólica, do sociólogo francês Pierre Bourdieu (1930 – 2002), que consiste na imposição de crenças e valores por parte de uma classe dominante para a manutenção de uma determinada sociedade.

O começo da trama não é muito promissor. Grace chega à pequena e aparentemente esquecida Dogville após fugir de gangsters. A princípio, os habitantes ficam desconfiados, mas dão duas semanas para ela se demonstrar digna de confiança. A partir daí começa a desenrolar a história.

Desde o primeiro momento, Dogville exerce poder sobre Grace, mesmo sendo quase impossível de se notar até certo a que ponto. Ela começa a oferecer seu trabalho em troca da bondade dos habitantes e, ao perceberem que ela se tornou útil, a aceitam. Durante um tempo, ela não se importa com o trabalho. Parece aceitar sua condição como fugitiva e pode-se dizer que ela é até feliz. Acompanhando Grace, Dogville passa por um curto período de harmonia.

Quando as buscas por ela se intensificam, a cidade mostra sua verdadeira face e fica é evidente o domínio sobre Grace. Aos poucos eles começam a maltratá-la, fazendo com que sua postura se torne submissa e melancólica. Ao contrário do que se espera, ela não se revolta. Corresponde aos maus tratos com piedade, pondo-se em seu lugar.

Os maus tratos vão ficando cada vez piores, chegando ao ponto de Grace ser estuprada. Ela é julgada e deixa de ser tratada como se fosse um deles. Ela finalmente tem o bastante de Dogville e, numa tentativa frustrada de fugir, é descoberta, acorrentada e passa a

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