Doença mental e espiritualidade

1- INTRODUÇÃO

A assistência holística da enfermagem psiquiátrica envolve todos os aspectos do indivíduo na avaliação, no diagnóstico e no processo de tratamento. Um elemento importante dessa perspectiva holística é a sensibilidade do enfermeiro para o contexto sócio-cultural de seu trabalho em cada interação com o paciente. O enfermeiro está consciente do mundo mais amplo, no qual o paciente vive, e sabe que as percepções de saúde e doença, o comportamento de busca de ajuda e de adesão ao tratamento dependem de crenças, de normas sociais e de valores culturais do paciente. Conseqüentemente, os cuidados de enfermagem psiquiátrica de alta qualidade devem incorporar os aspectos únicos do indivíduo em cada elemento da prática e estarem baseados em um entendimento da importância da cultura. O conhecimento sobre a cultura e seu impacto na saúde mental desdobra-se gradualmente, e os enfermeiros precisam manter-se a par das novas informações e suas implicações para a prática da enfermagem psiquiátrica (STUART e LARAIA, 2001). Foi com este olhar holístico da assistência, durante o ensino e aprendizagem da disciplina de enfermagem psiquiátrica, na graduação em enfermagem, que despertamos um grande interesse pela área de psiquiatria, e no decorrer do ensino prático dessa disciplina, pudemos observar o quanto a espiritualidade pode influenciar o doente mental e isso nos motivou a investigar melhor sobre o assunto. Através de experiências pessoais tivemos a oportunidade de observarmos o quanto a falta de sensibilidade e de uma visão holística prejudica o atendimento ao doente mental e seus familiares. A assistência de enfermagem está comprometida pela falta de humanização e pela assistência prestada de forma fragmentada pelos profissionais da área da psiquiatria e saúde mental, assim como em outras áreas da saúde. Na literatura consultada pudemos observar que o estudo sobre o assunto espiritualidade e doença mental não é muito explorado,