documentário artistico

"A forma de fazer documentário que nos interessa é esta, pautado na arte do humano, na possibilidade de apresentar ou escrever os sujeitos e suas capacidades produtivas. Um documentário pautado nos sujeitos e nas subjetividades de quem o produz. O sujeito do qual estamos falando se desenvolve a partir de uma estrutura que o insere nas práticas mais simples do cotidiano, e que subjetiva seu modo de ser e estar no mundo. Sujeitos que inventam ou reinventam experiências, projetos, e as compartilham através do cinema. Sai de cena a figura única do diretor e entra a figura do sujeito-autor-personagem materializado através da imagem, do corpo, da voz e dos relatos.
Em seguida pontuaremos questões que envolvem a presença do autor como um gesto que se faz pela imagem. Nas obras que iremos investigar, veremos que o realizador não se dirige a ele, mas aos amigos, de modo que sua presença na obra se dá de maneira mais estética do que propriamente física. Aqui, dialogaremos com Foucault a respeito do que é um autor. A autoria para Foucault flui para um processo de individuação, e aqui a nossa questão é de que maneira esse autor pode ser apresentado que não seja pela marca de uma individualidade? Mais uma vez ratifico, não é um modelo a seguir, é apenas uma possibilidade que se abre no ritmo da leitura do texto.
Foucault se defende dizendo que não buscou reproduzir o pensamento dos autores que citou e nem enquadra-los em uma família, em um conceito. A ideia era compreender suas práticas discursivas. Embora considere valido refletir sobre os processos que instauraram a crítica que fazia a alusão ao homem e a obra, Foucault quer se ater a rela9ao entre texto e autor. Qual a importância do autor? Essa pergunta nos leva a pensar que se obra basta a si mesma e se desdobra infinitamente de modo a conduzir o desaparecimento do sujeito. Se na Grécia
Clássica, a escrita imortalizava os heróis; na modernidade, o autor faz o papel de “morto” no jogo da escrita. Elencando