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Vida e obra do autor – Robert Louis Stevenson

Robert L. Stevenson teve uma vida aventurada. Não porque ele sonhasse em ser um desses heróis de livros que se arriscam de perigo em perigo, como nas histórias que viria a escrever. Foram outras as suas razoes. Afinal, como poderia substituir um homem que, desenganado pelos médicos desde a infância, esteve sempre com os dias contados? Para Robert Louis Balfour Stevenson não havia outra escolha senão correr risco de viver. Nascido em 13 de novembro de 1850 em Edimburgo, na Escócia, Stevenson conviveu toda a sua existência com uma tuberculose crônica, responsável por grande parte dos rumos que seguiria. A começar pelo gosto por aventuras: durante as crises da doença, sua babá costumava acalma-lo contando histórias de piratas e contos folclóricos. A eficácia desse “tratamento” era total, funcionando não só como paliativo das crises, mas também como combustível para sua fértil imaginação. Talvez secretamente ele já sonhasse em passar de ouvinte a contador de histórias. Anos mais tarde, numa carta escrita a um amigo, o escritor confessava: “É muito divertido escrever histórias para crianças. A gente se deixa levar pelo coração e pronto? Nada de preocupação, nada de esforço. A única dificuldade é chegar ao fim”. No fundo Stevenson estava querendo dizer que o bom contador de histórias é aquele que compartilha com o ouvinte a desesperada vontade de adiar o final. E é bem provável que, ao escrever essas palavras, ele tivesse em mente as noites mágicas de sua infância. Magicas também foram as viagens daquele menino que, apesar da doença, foi uma criança feliz. Até os dezessete anos ele acompanhou o pai nas mudanças professionais pela costa da Escócia. Tais passeios deixaram marcas profundas em sua personalidade, inspirando-lhe a grande paixão pelo mar, tema constante de seus livros. Essas viagens, contudo, não motivaram o jovem Robert Louis a seguir a carreira paterna. Filho de uma importante linhagem de engenheiros,