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Os Seminaristas
A um tempo atrás, na provincia de Minas Gerais, havia uma pequena e pobre casa, formada por uma porta e duas janelinhas.
Era uma bela tarde de janeiro. Dois meninos brincavam na sombra das paineiras, um rapaizinho de doze, treze anos, e uma menina, que parecia ser um pouco mais nova que ele. A menina era morena; de olhos grandes, negros e cheios de vivacidade de corpo esbelto e flexível como o pendão da imbaúba. o rapaz era alto, de cabelos casanhos, olhar meigo e plácido e em sua fisionomia como em todo seu ser transluziam indícios de um caráter doce e brando.
Perto deles, espalhanos no vargedo, umas três ou quatro vacas e mais alguns animais estavem tosando tranquilamente o fresco e viçoso capim.
O sol que já não se via no céu, tocava com uma luz de ouro os topes abaulados dos altos espigões; uma aragem quase imperceptível mal rimorejava pelas abas do capão e esvoaçava por aqeulas baixadas cheias de sombra.
- Vamos, Eugênio. É tarde, vamos separar os bezerros e tocar as vacas para a outra banda.
Dizendo isto, a menina levanta-se da grama, e balança seu cabelo caindo várias flores.
- Vamos logo, Margarida, Exclamou Eugênio, levantando-se e ambos foram juntar poucas vacas que ali andavam pastando.
- Por Deus, por que é que este bezeros da tia Umbelina andam sempre assim tão magros?
- Ora! Pois, o que é que você quer? Mamãe tira quase todo o leite das vacas, e deixa um pinguinho só para os pobres bezerros. Por isso mesmo quase nenhuma cria pode vingar, e algum que escapa, mamãe vende logo. - E por que é que ela não te dá uma bezerrinha? Aquela vermelinha estava bem bonita para você...
- Quaal? Não vê que ela me dá?!.. e eu que tenho tanta vontade de ter minha vaquinha. Faz tempo que Dindinha prometeu de me dar uma bezerra e até hoje estou esperando...
- Mamãe? Ora! É porque eça se esqueceu, deixa que eu falo com ela. Agora, tenho que ir embora mesmo, que eu quero fazer com a criação?
- Como é isso? - Exclamou Margarida com surpresa. - Pois você