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O fato do neoliberalismo ter flertado com alguns conceitos fundamentais dos realistas, como a anarquia hobbesiana e também a aceitação de um Estado que, por deter mais poder, terá maiores ganhos em determinadas negociações foi um passo para os teóricos simpatizantes com tal linha de pensamento rumo a aceitação e a quebra do preconceituoso status de utópicos, "apelido" dado aos liberais pelos realistas. Os neoliberais, focando agora em Robert Keohane e Joseph Nye, fundadores da Interdependência Complexa, porém, não deixaram de lado, apesar de não serem mais utópicos como seus antecessores, a necessidade de não só entender mas também de haver uma relação entre Estados mas não só entre eles como também entre instituições internacionais e de novos e importantes atores no cenário internacional, como as multinacionais, em prol do crescimento mútuo e da tentativa de fazer com que permaneça a paz no cenário anárquico internacional. Creio que os avanços da representatividade de órgãos internacionais como a Organização das Nações Unidas (ONU) e de regimes internacionais como a Convenção sobre a Diversidade Biológica (CDB), além das próprias relações particulares entre Estados e blocos regionais como o Mercosul e a União Europeia são provas cabais de que vivemos dentro da Interdependência Complexa, teorizada por Keohane e Nye em 1977, no livro Power and Interdependence: World Politics in Transition. Não só através da teoria de Keohane e Nye podemos explicar como também podemos compreender como a política internacional é exercida desde, talvez, o final da Guerra Fria.
É perceptível no cenário internacional um temor de um enfrentamento direto através do uso da força militar e até quando há animosidades devido a questões políticos e econômicas é também visível a tentativa dos Estados envolvidos resolverem de forma diplomática ou de uma forma que haja ganhos absolutos para todos os envolvidos nos devidos problemas, primando por uma convivência o mais próximo possível da