Do homo sapiens ao homo solitarius do século xxi

Do Homo sapiens ao Homo solitarius do século XXI

“Solidão, o silêncio das estrelas, a ilusão, eu pensei que tinha o mundo em minhas mãos, como um Deus e amanheço mortal”, Lenine em sua canção “O silêncio das estrelas”, mostra que a solidão não é apenas o sustentáculo da essência semântica, que implica o estado de sentir-se sozinho, isolado, ela constituiu um papel importante na formação do indivíduo como integrante da sociedade. Temos como exemplo o filósofo Platão, que segundo a Teoria das idéias, afirmava que as idéias e formas abstratas são os pilares fundamentais para analisarmos o mundo real.

Conseqüentemente a linha tênue entre solidão e reflexão, está intimamente ligada ao ato de isolar-se para refletir sobre o que é concreto; provocando no homem, a possibilidade de exceder seus limites físicos com os demais indivíduos, buscando no subconsciente, a reflexão de seus atos e ideais para a interação com a sociedade e o mundo que o cerca.

Além disso, a vida na sociedade de cultura de massa, causa no homem o isolamento mental, pois o indivíduo perde sua liberdade social ao tentar seguir padrões sociais, ou seja, o homem torna-se alienado pelo seu superego, isto é, fazendo parte de uma multidão solitária que aprisiona o alterego dentro de si, causando a solidão. Como pode ser exemplificado na canção de Criolo “Não existe amor em SP, os bares estão cheios de almas tão vazias, a ganância vibra, a vaidade excita, devolva minha vida e morra afogada em seu próprio mar de fel”.

Por outro lado, a personagem Amélie Poulain do filme "O fabuloso destino de Amélie Poulain" nos mostra que a solidão traz uma visão peculiar dos fatos do nosso cotidiano, ou seja, um diálogo com nossos próprios conceitos, fazendo com que o ser humano possa transcender em suas relações interpessoais.

Em síntese, a solidão provoca no homem o poder de reflexão, buscando mudanças relevantes para a interação com os demais. Hoje a vida em grandes centros urbanos e a cultura de massa,