Do grito ao satélite
Embora não seja possível localizar seu marco inicial, a história da troca de informações seguramente remonta aos primeiros tempos das sociedades humanas organizadas. A permuta de conhecimentos imiscue-se na história do homem. Integra-a.
Os primeiros transmissores de informações desin- cumbiram-se de tão útil função sem tomar consciência da importância histórica daquilo que estavam fazendo. Exerceram-na, casualmente, por exemplo, õ caçador em suas longas incursões; o guerreiro ao deslocar- se com seus companheiros de armas; e, mais do que todos e em todos os tempos, o mercador até onde o levava seu comércio itinerante.
Nada disso, entretanto, merece denominar-se correio. Eventuais, mesmo quando freqüentes, essas trocas de informações não lograram ostentar o atributo ca- racterizador do correio: a regularidade.
Entendemos por correio a linha regular de troca de informações, a qual, para manter sua regularidade, é dotada de infraestrutura permanente.
2. O CORREIO NA ANTIGÜIDADE
Mesmo tomado nessa acepção mais rigorosa, o correio possui uma história que vem de longe. Tiveram-no, e bem montado, vários povos da Antigüidade. Ainda hoje nos impressionam por sua eficiência os sistemas de correspondência dos egípcios, doa chineses, dos persas e dos romanos.
Referências do ano 2400 a.C. atestam a existência, já àquela época, da profissão de mensageiro no Egito. Não menos antigos são os registros do correio chinês. Segundo Marco Polo (1254-1324) os estafetas chineses, quando pedestres, revezavam-se de 3 em 3 milhas e para alertarem-se da chegada penduravam guizos na roupa. As linhas servidas por correios montados, valiam- se de estalagens distanciadas 25 milhas uma das outras.
Excetuado o dos romanos, nenhum correio da Antigüidade mostrou-se tão bem organizado quanto o dos persas. Xenofonte relata que o correio persa operava com a rapidez máxima possível na época: a velocidade do cavalo. (Em percursos terrestres, a velocidade do