Do filme o Bicho de sete cabeças
O filme Bicho de Sete Cabeças levanta um tema de grande importância para a psicologia, assim como para a sociedade. Intensifica o debate sobre o doente mental e o mundo ignorado pela população. Parte de uma história real e contemporânea, seguindo com fidelidade a narrativa do personagem real, “Neto” encenado por Rodrigo Santoro, que vive e acrescenta maior densidade aos fatos. Dá-se maior importância quando se sabe que existem muitas histórias iguais na vida real, mesmo nos dias atuais, quando se diz que os direitos humanos são mais exigidos. A intransigência, o preconceito e a ignorância, desde o ambiente familiar, criam uma história paralela, que envolve estudos da ciência da psicologia. Uma reflexão sobre os por quês.
O personagem magistralmente representado pelo ator Rodrigo Santoro é bem dirigido por toda a equipe de cineastas e fala de uma realidade chocante, que assombra o espectador e mexe com um tema relevante, o mundo, ou submundo, fantástico dos manicômios. Sistema que ainda persiste, embora o avanço da psiquiatria e a persistência dos meios acadêmicos e de saúde em descaracterizar a doença mental como loucura, algo desconhecido, temido e descriminado. Ainda existem casos de doença mental ser considerados como algo diabólico, quando um ser extraterrestre se apossa da mente e do corpo do "possuído". Este misticismo antigo criou um sistema de punição do doente, resquício da Grécia antiga onde a “loucura” era um recurso divino e toda doença mental era algo sobrenatural, ou até da queima de bruxas, durante a inquisição.
Incrimina-se o doente, se lhe imputa uma culpabilidade sem explicação, apenas aquele ser deixa de significar o filho amado, o pai respeitado, o familiar. Em muitos casos teme-se o doente.
O filme choca pela exposição de uma realidade que todos sabem existir, que é construída de diversas formas e razões. A disputa de uma herança, o ódio por uma rejeição amorosa, o medo da doença mental, a "cura" de