do dom a profiussao resenha

DAMO, Arlei Sander. Do dom à profissão: a formação de futebolistas no Brasil e na França. São Paulo: Hucitec: Anpocs, 2007. 359 p.

Resenha

A tese de Arlei Sander Damo traz, em uma etnografia densa, uma versão da profissão de boleiro diferente da que circunda no senso comum. Tentando mostrar que por trás de um jogador de futebol existe um atleta formado. São mais de 5mil horas de treino. São anos de trabalho corporal intenso, onde, no caso brasileiro, os jovens que sonham com a carreira de futebolista profissional pela carga de treino, deixam os estudos de lado. Contrapondo com o modelo de formação francês, onde se tem um estado abrangente, que por medidas legais se faz necessário uma carga horária de treino muito menor. Os clubes têm o dever de formarem pessoas aptas para trabalharem em outras profissões (reconversão). Além de poderem treinar apenas quatro horas diárias, já que por lei, estes jovens precisam estar matriculados em uma escola. Em seus dez capítulos é praticamente impossível de encontrar brechas passíveis para discordar do autor. Após a leitura dessa tese tem-se a impressão que um mundo de compreensão antropológica abraça o universo do futebol. Realmente se tem uma leitura antropológica coerente do esporte mais popular do mundo, que vai desde a construção corporal, passando pelos mitos que permeia a imagem do jogador, os diversos futebóis existentes e até a circulação de pés-de-bola, tendo assim a esfera mercadológica do desporto. Esta resenha se aterá ao primeiro capitulo. O QUE ESTÁ EM JOGO NOS JOGOS DE FUTEBOL. Onde se é ponderado as matrizes do desporte, e a construção da corporeidade do boleiro de uma maneira bem distanciada.
A legitimação dada ao futebol por sua construção socio-histórica trna O gosto pelo futebol é uma construção social, historicamente datada e culturalmente legitimada. Antes de ser o produto de uma escolha utilitária, calculada e individualista, a adesão a.o futebol é estética e orientada por uma modalidade de