. Do cristianismo ao maoísmo: A história da Ação Popular.
O texto aborda a trajetória da Ação Popular (AP), fundada no inicio de 1960 sob a influência dos ideais católicos e que posteriormente passa a adotar o guevarismo (foquismo) e o maoísmo. “A AP surgiu para congregar o pensamento e a ação de setores da esquerda católica que reelaboravam seus caminhos, compreendendo que as mudanças políticas, sociais e econômicas se fariam pela ação e não apenas pela “salvação” de almas” (p.101). As reconstruções de identidade pela qual a AP passou ao longo de sua trajetória, eram sempre acompanhadas de amplos debates e sucessivas cisões.
O primeiro tópico, “Problemas da historiografia do regime militar: Entre memórias e versões”, faz um resgate histórico do período em que se instalou o regime militar no Brasil entre os anos de 1960 e 1980, passando por duas fases que envolvem o inicio e o fim do regime militar e a redemocratização do Brasil onde foi iniciada a construção de novos papeis e lugares para antigos atores políticos que vigoram no longo período de autoritarismo que o país passou. Daniel Arão Reis sintetiza que “de modo geral a memória da sociedade tendeu a adquirir uma arquitetura simplificada: de um lado, a ditadura, um tempo de trevas, o predomínio da truculência, o reino da exceção, os chamados anos de chumbo. De outro, a nova república, livre, regida pela lei, o reino da cidadania, a sociedade reencontrando-se com sua vocação democrática” (p. 104, citação do livro Ditadura Militar, Esquerdas e Sociedade). Varias tendências surgem para tentar explicar o papel desempenhado pelas esquerdas durante o período dos anos 60 e 80, buscando justificar o uso da luta armada e a saída para o impasse político que se estabeleceu com o golpe de 1964. Finalizando o tópico a autora conclui que todas as interpretações ajudam a produzir a compreensão de um importante momento político brasileiro