DIÁLOGOS SOBRE A QUESTÃO DA FORMAÇÃO DA IDENTIDADE NACIONAL: ANÁLISE DA IDEOLOGIA NOS LIVROS DIDÁTICOS CONVIDA A UMA REFLEXÃO SOBRE O TEMA.

368 palavras 2 páginas
Carlos Bauer
UNINOVE

1 Introdução

A sociedade brasileira experimenta hoje um processo de maturação o que expõe de forma acentuada, quando não dramática, suas principais contradições históricas.
Dentre elas, as insistentes e reiteradas tentativas para esconder os excluídos, abafar histórica e socialmente os descendentes dos escravos e exilá-los nos morros, nos bairros das periferias e favelas, submeter ao silêncio os homens brancos e pobres, prender ou mesmo matar os sem terra e os sem teto, transformando todos em personagens que precisam ser “reeducados”, “disciplinados” quando não os reduzindo a condição de marginais e indigentes. Homens, mulheres e crianças que precisam ser “assistidos” pelos serviços de segurança pública e social. Mas, eles estão em cena, não se deixando estigmatizar e reivindicando um lugar na história, suportando as mais sórdidas condições de existência, os limites impensados da miséria e dizendo que, também, fazem parte da nação, produzem sua cotidianidade, sua experiência e história social.
Fazem parte da construção daquilo que chamamos de povo.
Também estamos cientes de que diferentes autores (dos representantes oficiais que herdaram o poder da Coroa Portuguesa, viajantes do séc. XIX aos intelectuais do século XX) têm se ocupado em retratar e até mesmo definir algo como “identidade”,
“espírito”, uma nacionalidade brasileira. Tais discursos, enquanto leituras e construções de sentido em torno desse “povo brasileiro” se tornaram, ao longo dos séculos, também os seus construtores. Como sabemos, as identidades nacionais são formadas e transformadas “dentro” e “em” relação a um sistema de representações simbólicas, pois uma nação não é somente uma idéia de nação representada nas diferentes manifestações culturais. Uma cultura nacional é, portanto, um discurso que constrói identidades ao produzir significados sobre a “nação” com a qual podemos nos identificar (FRANÇA,
2002, p.

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