diversidades

CINE-TEATRO SANTANA APRESENTA:
CULTURA, POLÍTICA E LAZER NA “PRINCESA DO SERTÃO”
(1919-1949)
Aline Aguiar Cerqueira dos Santos
Mestranda em História pela Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS)
E-mail: [e-mail]

Palavras-chave: Cine Teatro Santana. Lazer. Sociabilidade. Cidade.

O Cine-Teatro Santana surgiu, em 1919, a partir da fusão do Cinema da Vitória e o
Teatro Santana. E tal espaço passou a ser utilizando tanto para as exibições de filmes, quanto para os diversos espetáculos teatrais, musicais e literários. Sobre a mistura dessas duas artes,
Raimundo Fonseca, ao se reportar a realidade de Soteropolitana, argumenta o quanto isto foi conflituoso, posto que o cinema, por ser ainda uma novidade no início do século XX, não tinha adquirido o prestígio que o teatro tinha.
Outro aspecto que evidencia a questão desse conflito se apresenta na fala de Silio
Boccanera Júnior (2007), que ao vivenciar o processo da introdução do cinema na Bahia, afirmou que o teatro era uma arte mais politizada que o cinema, e que a junção dessas duas formas de diversão terminaria por desprestigiar o teatro, pois ele previa que “o cinema matará o teatro, assim como o jornal moderno, e as revistas ilustradas, vão despercebidamente, matando o livro” (BOCCANERA JUNIOR, 2007, p. 25). Assim, percebemos que as relações no campo do lazer experimentavam as tensões e conflitos entre duas artes que disputavam o mesmo espaço.
Em torno desse Cine-Teatro gravitavam grupos amadores (literários e dramáticos) locais que promoviam espetáculos beneficentes em prol de diversas instituições da cidade.
Esse é uma característica que antecede o processo de fusão do Cinema Vitória com o Teatro
Santana, conforme Euda Oliveira (2004):

O Teatro Santana, apresentava-se em princípio, como uma ambiente de caráter lúdico. Essa dimensão, entretanto, logo seria „enriquecida‟ com as preocupações educacionais, por assim dizer, atribuídas às artes cênicas, bem como por