Diversidade no meio universitario

1. APRESENTANDO A PROBLEMÁTICA Vivemos em uma sociedade onde ainda nos deparamos com o preconceito étnico e com a discriminação racial, ainda que cuidadosamente velada. Pesquisa do IBGE, com dados coletados ao longo do ano de 2009, aponta, como exemplo, a distribuição de rendimento familiar per capita de pessoas com 10 anos de idade ou mais que acusam rendimentos entre os 10% mais pobres e 1% mais ricos, considerando o recorte raça/cor autodeclarada. Nesta,
73,7% dos negros encontram-se entre os 10% mais pobres enquanto que 82,7% do 1% mais rico são brancos. Referimos esse aspecto pelo fato de nossa análise estar centrada na correlação existente entre o pertencimento racial e a variante econômica, incidindo diretamente na construção de hierarquias sociais. 2 Esses dados refletem que a sociedade ainda não rompeu com os princípios eurocêntricos, os quais diluem no cotidiano as diversidades étnicas e culturais em um indiscutível desfavorecimento à população negra.

Para que os estudantes possam assumir os princípios éticos, são necessários pelo menos dois fatores:
- que os princípios se expressem em situações reais, nas quais os estudantes possam ter experiências e conviver com a sua prática;
- que haja um desenvolvimento da sua capacidade de autonomia moral, isto é, da capacidade de analisar e eleger valores para si, consciente e livremente.
Outro aspecto importante desse processo é o papel ativo dos sujeitos da aprendizagem, estudantes e docentes, que interpretam e conferem sentido aos conteúdos com que convivem na escola, a partir de seus valores previamente construídos e de seus sentimentos e emoções.

A base eurocêntrica e androcêntrica dominante na cultura brasileira ajuda a compreender, mesmo que parcialmente, como as diferenças étnico-raciais e de gênero, também presentes na estrutura de nosso sistema educacional, acabam por prejudicar o desempenho e o desenvolvimento de estudantes