Ditadura mi... diática

Ditadura mi... diática
Por Roberto Francisco de O. Leite [e-mail] Na sacrificosa luta pela badalada democracia, ainda não se vislumbrou nada que pudesse acreditar no fim da exploração do homem pelo homem. As vitórias conquistadas ainda não atenderam aos anseios nem dos moderados, quanto mais dos libertários, e o totalitarismo passeia disfarçado de cordeiro pelas ruas da nova ordem mundial. Só pode perceber o rabo do lobo no vestido da falsa vovozinha, aquele que não estiver hipnoticamente sugestionado pela propaganda ardilosa, a exemplo do agricultor e poeta popular Patativa do Assaré quando sapiensalmente versou:
Ninguém muda o mau custume,
Pode mudar o rejume,
Mas não muda o coração. Esta análise, em vez de levar ao conformismo deve, ao contrário, alertar que a luta é muita mais profunda do que se imagina, pois como disse Heitor Reis em Rádios Comunitárias e Poder Público: "não há democracia política sem democracia dos meios de comunicação." Embora muitas das vitórias a favor das liberdades individuais já estejam legalmente oficializadas, podem por isso mesmo deixar brechas e desamparar justamente aqueles para os quais as leis de proteção foram criadas. Um exemplo é a abolição da censura que deveria causar uma abertura nos meios de comunicação para a diversidade cultural. O revés é que se utilizando do amparo à liberdade de expressão, o espaço midiático foi invadido pelo monopólio selvagem da música de fácil retorno financeiro que além de ser um ótimo meio de veiculação comercial, é a maneira mais sutil de causar modificações comportamentais em bilhões de pessoas de todas as faixas etárias, gêneros e idades sem a utilização da violência repressiva. Este modo de apropriação da arte musical se excede inclusive no desrespeito à ética da cidadania. O gênero feminino é o segmento mais visado, submetido diuturnamente a uma espécie de exploração sexual coletiva a despeito da forte legislação sobre os direitos da mulher. Em relação às