Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade humana
Escrito por Rousseau, a obra “Discurso sobre a origem e fundamentos da desigualdade entre homens” discute sobre duas espécies de desigualdade: a natural ou física e a moral ou política. A primeira, segundo o autor
[...] consiste na diferença das idades, da saúde, das forças do corpo e das qualidades do espírito ou da alma; a outra [...] depende de uma espécie de convenção e ser estabelecida, ou pelo menos autorizada, pelo consentimento dos homens. Esta consiste nos diferentes privilégios que alguns usufruem em prejuízo dos outros, como serem mais ricos, mais reverenciados e mais poderosos do que eles, ou mesmo em se fazerem obedecer por eles (ROUSSEAU, 1999, p.159).
Rousseau procura analisar a origem da desigualdade entre os homens desde o estado de natureza e, para fazer possível essa pesquisa, busca respostas nela, já que, segundo ele, homens são mentirosos, e a natureza jamais mente. Diz ele
Os tempos que vou falar são bem distantes; como mudaste daquilo que eras! [...] Há, sinto-o, uma idade em que o homem individual gostaria de deter-se; procurarás a idade em que desejarias que tua espécie se houvesse detido (ROUSSEAU, 1999, p.162).
O autor vê o homem no estado natural satisfazendo suas necessidades apenas com aquilo que é essencial, como a alimentação. Ser humano forte, capaz de se defender das ameaças iminentes pela experiência que o instinto de sobrevivência lhe concedeu. Desde aquela época, é possível perceber a inteligência do homem em relação aos animais. Mesmo sendo mais fracos, os homens venciam os animais por sua destreza. Mas algo que a inteligência humana não pode superar, segundo o escritor, são as enfermidades naturais, a infância, a velhice e as doenças. Ao longo do discurso, o autor faz uma dura crítica em relação à desigualdade vivida, diz ele
[...] o excesso de ociosidade em uns, o excesso de trabalho em outros, a facilidade de