direitos humanos

1988 palavras 8 páginas
Revista IMESC nº 2, 2000. pp. 59-65.

UM OLHAR SOBRE A VIOLÊNCIA DA PERSPECTIVA DOS DIREITOS
HUMANOS: A QUESTÃO DA VÍTIMA
Flávia Schilling

Coordenadora Geral do Centro de Referência e Apoio à Vítima – CRAVI, Doutora em sociologia pela FFLCH-USP e co-autora do livro Violência Urbana – dilemas e desafios (Editora Atual, 1999)

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Nestes tempos tão difíceis, vale lembrar um comentário de Hobsbawn sobre o nosso breve século XX, contraditório e de extremos. Ao mesmo tempo em que presenciamos um avanço inusitado das ciências favorecendo um enorme crescimento populacional e a tentativa de criação de controles sob a égide dos direitos humanos, da tolerância e da paz, constata-se o fato de que jamais tantos homens tenham sido abandonados à morte por decisão humana. Genocídios, etnocídios, intolerância, discursos de exclusão social e moral marcam este século. Civilização e barbárie parecem avançar juntas. Enfrentar a questão da violência, na perspectiva dos direitos humanos e da consolidação de um Estado de Direito que possa garantir o pleno exercício da cidadania pressupõe uma multiplicidade de ações envolvendo o governo e a sociedade civil. O marco destas ações é o da indivisibilidade dos direitos humanos compreendidos em seus aspectos individuais e sociais envolvendo os direitos civis, políticos, sócio-econômicos e culturais.
Somente por meio da consideração destes vários e complexos aspectos poderá ser concretizado o direito de todo cidadão à vida e à segurança. Envolve, também, uma compreensão cada vez mais profunda do que nos acontece, para podermos agir coletivamente. Muito se fala sobre o perfil do criminoso ou do infrator e dos crimes. É nesse momento em que muitos discursos se cruzam, surgem, eclodem e tentam dar conta do que nos acontece. As páginas dos semanários, dos jornais diários, aparecem repletas dos
“discursos peritos”; as televisões promovem debates com os “especialistas” que oferecem suas explicações. Uma primeira

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