INTRODUÇÃO A globalização da economia mundial abre novas perspectivas à cooperação entre sociedades e indivíduos, implicando não só um maior envolvimento em questões políticas e sociais, mas também a necessidade intrínseca do reforço das identidades culturais e étnicas, na medida em que tal envolvimento determina uma maior interacção entre grupos populacionais com características diferenciadas, tanto no que se refere à diferença entre os povos quanto no que diz respeito aos grupos culturalmente diferenciados, que partilham o mesmo espaço geográfico, identificando-se como parte integrante de um mesmo povo. Tais motivações e condicionalismos propiciaram a necessidade de se repensarem os valores éticos da construção da cidadania numa perspectiva democrática, onde se projetam novas concepções e representações acerca do conceito, vincadas pela defesa da igualdade de oportunidades, pelo reconhecimento da justiça social e pela construção de uma sociedade democrática, com os direitos e os deveres que a condição de cidadão obriga. A análise dos valores de cidadania implicados neste processo não põe em causa as identidades culturais e étnicas, mas centra-se na essência identitária dos grupos de pertença, para, a partir de um melhor conhecimento do eu cultural cooperar com o outro cultural, com base no respeito pela diferença, na aceitação e na habituação da diferença, em prol da construção da sociedade plural, pela via da naturalização da diversidade humana. Enquanto filtro da sociedade, a educação é um factor de ressignificação das mudanças sociais, que procura compreender os fenómenos sociais e formar os indivíduos em práticas culturais. A educação, nas suas práticas de formação formais, informais e não formais, que compreendem diferentes contextos organizacionais e objetivos sociais, culturais específicos, reconhecer a diversidade cultural, pois não existe um padrão único a que se deva vincular. A discussão das diferenças pela educação permite reinventar as