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RESENHA SOBRE DO DOCUMENTÁRIO JUSTIÇA

O documentário “Justiça”, de Maria Augusta Ramos, identifica o dia a dia dos funcionários do Judiciário, neste caso os do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, aonde vimos os promotores, juízes, defensores públicos, réus e familiares, mostrando o procedimento burocrático no seu quotidiano e a situação precária do sistema carcerário brasileiro, como a carceragem da Polinter.
Com destaque para a defensora Maria Ignez Kato e os seus réus, o documentário retrata não apenas esse espaço restrito, que é o objetivo do documentário, mas também a situação da sociedade brasileira, principalmente das grandes metrópoles, como o Rio de Janeiro, com o seu cotidiano de terror representado no filme, como o furto e o tráfico de drogas. Em uma parte do documentário, a defensora diz uma frase que demonstra em grande parte a realidade do crime no Brasil: “quem tá preso é só pé-de-chinelo”. Isso demonstra não apenas o fato de maior parte dos criminosos serem pobres, mas também um pensamento dos próprios funcionários do judiciário. A própria defensora mostra uma tristeza com seu trabalho, pois ela ressalta que “trabalha, trabalha, e não vê resultado”. Além disso, Há um grande paradoxo, pois enquanto há normas para suspensão do processo, para penas alternativas, os presídios e delegacias estão superlotados. Não se sabe o que é pior, se é ver um criminoso livre ou as condições tenebrosas dos presídios. Há uma falsa visão de que a privação da liberdade para os criminosos vai salvar a sociedade. Têm que haver uma inserção deles na sociedade. Além de se perceber que a maioria dos presos são pobres, e também a maioria do sexo masculino.
Observa-se também que há um extremo sofrimento dos familiares, principalmente dos pais.
A defensora também demonstra a visão dos juízes quanto à necessidade de manter presos esses criminosos, principalmente os reincidentes, como se a prisão fosse salvar a sociedade, já que