Direito

Peixes e mariscos somem em Salinas - Jornal A Tarde (05/11/2007)
Pescadores e marisqueiros do povoado de Cairu de Salinas, município de Salinas da Margarida (a 55 km de Salvador, via ferry-boat) reclamam de que os mariscos sumiram desde o fenômeno da maré vermelha, que causou a mortandade de cerca de 50 toneladas de peixe na costa do Recôncavo baiano no início do ano. “A gente usa pesqueiro, rede e canoa, mas não acha nem peixe e nem marisco”, lamenta o pescador José Pereira dos Santos, de 60 anos. Ele e cerca de três mil pessoas sobrevivem do extrativismo, mas a atividade não rende como antes.
Em Cairu de Salinas, cerca de 600 famílias, em média 1.800 pessoas, coletavam diariamente diversas espécies de mariscos, como machadinho, rala-coco, peguari e chumbinho. No local, eram encontrados siris e peixes em fartura.
“Pescadores e marisqueiras precisam caminhar até 10 km para outras áreas para encontrar o produto”, lamenta a presidente da Associação de Pescadores e Marisqueiras de Conceição de Salinas, outra localidade que sofre com o crime ambiental, Sheila Silva dos Santos, 20 anos. Ela ficou quatro horas no mangue e só conseguiu encher um balde com menos de 800 gramas de chumbinho ou papa-fumo.
“Não está muito fácil. A gente cata com muito sacrifício o chumbinho, que não tem muito valor”.
Segundo Valdomiro Benedito Caetano, presidente da Colônia de Pescadores Z-13, de Salinas da Margarida, que reúne 2.600 pescadores e marisqueiras, a situação é a mesma. “Nada de peixe e marisco”.
Depois da maré vermelha, não se acha mais nada como antes. O peixe está escasso e o marisco também.
Recebemos um salário mínimo do governo, de maio até julho e em setembro e outubro. “Depois não sabemos o que vai nos sustentar”, lamenta o pescador.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: http://www.seagri.ba.gov.br/noticias.asp?qact=view¬id=12247 MPF/BA aciona a Petrobras por crime ambiental
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