Direito E Cinema
Em apertada síntese, o filme Dançando no Escuro, cuja denominação original é Dancer in the Dark, lançado no ano de 2000, pelo diretor Lars Von Trier, tem como retrato a história de uma imigrante tcheca, que vive uma vida dura, em razão de seu trabalho em uma usina nos EUA. Ela descobre que vem perdendo a visão, dia após dia e tenta ofuscar tal fato perante todos, sobretudo, de seu filho, o qual não descarta a possibilidade de vir a desenvolver a doença pelo vínculo genético.
O filme perfaz um diálogo entre realidade e fantasia. Esta última é caracterizada por meio de sonhos, em que a imagem torna-se segmentada, dividindo a cena em planos com diversos ângulos, fugindo à decupagem clássica, acrescida de um tom musical hollywoodiano.
No sonho, expressão da imaginação, tudo é colorido, propositalmente como forma de escapismo, isto é, fuga da realidade da personagem.
Enquanto que a realidade é o próprio drama vivido pela Selina, em que seu sofrimento é exacerbado, intensificado pelas coisas darem sempre erradas.
Flagrante degradação humana, pelas condições precárias de vida, que socialmente é negado. Isso devido ao interesse minoritário da classe social mais abastada inserido num contexto histórico onde a máquina ergueu a voz, assolando a classe trabalhadora.
O filme parece se valer da sistemática de que quando o fim é bom os meios também os são, passando de alto teor de tragédia culminando em uma mensagem otimista, pois Selina consegue alcançar seu objetivo frente às adversidades.
O filme é tenso e dramático, caracterizado pelo sofrimento, pois a personagem principal encara diversas restrições para alcançar o seu objetivo, o que a exigiu renúncias. Tal sacrifício, o cerne da problemática, é para conseguir o dinheiro necessário para a operação de seu filho, até no limite de, no final do filme, abrir mão de sua própria vida.
Nesse ponto o filme promove uma reflexão social notadamente aos valores de justiça e o modelo da sistemática da verdade na