Dicas de aula
Você sabia que fazer um seguro de vida, lá por meados do século XIX, era algo repugnante? Para os simples mortais preocupados com a vida de seus descendentes, negociar com a morte era algo impensável. Não sei se havia alguma pena capital para esse “crime”, mas socialmente era repugnante. Hoje, impensável é não fazer um seguro de vida!
Vindo para tempos mais recentes, por exemplo, década de 60 do século passado, mulher separada era indigna de si. A moral da época condenava a decisão de separar-se. Era inconcebível. E, pior, a moral social daquela época lidava muito bem com isso. Algo impensável e inconcebível nos dias de hoje.
Nelson Rodrigues, autor maldito e classificado, socialmente, como pornográfico, era leitura proibida para filhos, filhas e demais almas inocentes. Atualmente, seus textos violentos, descritivos de uma sociedade hipócrita e sexualmente reprimida, que abordavam o estupro, o aborto, a homossexualidade e a corrupção, não só de políticos, são discutidos em sala de aula, na televisão e, pasmem, até nas escolas.
Poderia continuar aqui, descrevendo uma série de mudanças comportamentais que, poucas décadas atrás, seriam socialmente condenáveis. Tudo está mudando muito rápido, para o bem e para o mal. E tudo continuará muito relativo, socialmente falando. Quer ver?
Encontrei um texto escrito por Danuza Leão, em dezembro do ano passado, para sua coluna semanal do jornal Folha de São Paulo, que descreve muito bem a relatividade da moral. Chama-se “A moral e as circunstâncias” e o apresento abaixo:
“Como já disse um profundo conhecedor da vida, não existe o amor: existem o amor e as circunstâncias. Trocada em miúdos, essa teoria desmitifica a tese do amor que surge num primeiro olhar; aliás, desmitifica praticamente tudo, sobretudo a moral, de uma maneira mais ampla.
Suponhamos que uma linda mulher de 30 anos, exercendo com sucesso uma profissão, um belo dia se apaixone e decida que quer ficar para o resto da vida com o homem por